quinta-feira, 16 de julho de 2020


Fausto Martins - 25 anos de saudade



A passagem bíblica de Lamentações de Jeremias, capítulo 3, versículo 21, na tradução da linguagem da Nova Versão Internacional, conforta o meu coração: “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança”.  E, hoje, dia 14 de julho, quando completa 25 anos da partida do nosso pai, Fausto Martins, um homem com virtudes e defeitos, vêm-me à memória boas lembranças. 

De um homem cheio de defeitos, perpassam na mente lembranças de histórias que nos contavam sobre ele e de momentos que vivemos. Pessoas mais velhas relataram que ele começou a trabalhar ainda criança, transportando água em um jumento. Era tão pequeno - falavam na idade de 7 anos - que alguém o pegava nos braços e o ajudava a montar no jumento. 

Talvez tenha sido por isso que ele resistiu, quando mamãe quis nos colocar para “apanhar” algodão (era assim que se chamava o trabalho da colheita). Éramos ainda crianças, mas, a situação financeira não nos permitia escolha. Lembro que do resultado daquele serviço, mamãe comprou pra mim um corte de tecido, mandou fazer uma camisa e um calção. Senti-me orgulhoso quando ela disse que comprou com o dinheiro que ganhei. 

Naquele tempo, papai e mamãe trabalhavam de domingo a domingo, para, do suor do rosto, garantir o nosso pão de cada dia. A renda deles era modesta. Complementavam o que o dinheiro não dava para pagar com as forças de seus braços. Plantavam milho e feijão, melancia, jerimum e algodão. Com o trabalho fatigante ganhavam o leite de gado, criavam cabras, porcos, galinhas, perus e guinés. Cozinhavam em fogão à lenha, que vinha do campo. 

Na pequena casa de taipa (construída com barro, madeira e coberta por telhas), de três apertados cômodos, eu passava horas pensando, “maginando”, como diziam naquele tempo. Os mais velhos chegavam lá em casa e me contemplavam, quieto num canto da casa, geralmente com as mãos fechadas, silencioso. Embora não externasse, confesso, não gostava nem um pouco, quando diziam: “Esse, de menino vai passar pra véi”. 

Eu ficava pasmo com meus pais. Como duas pessoas que tinham tão pouco, eram tão liberais para compartilhar? Era um tempo no qual havia fome na cidade e lembro das vezes em que dez ou onze pessoas almoçaram lá em casa. Como isso era possível acontecer? Para eles parecia simples, porém, a verdade era que partiam do pão da nossa mesa. Com uma espingarda papai matava uns dois guinés, mamãe abatia uma galinha, cozinhava feijão e fazia um pirão. Não sei como, mas, depois de almoçarem, algumas daquelas pessoas voltavam a pé para a cidade, com sacos de algum gênero em suas cabeças. Naquela pequena casa, vi, repetidas vezes, o milagre da multiplicação dos pães. 

Além do trabalho na fazenda, papai fazia viagens num pequeno caminhão Chevrolet (lembro muito de um que ele chamava “meia três" (63). Ia comprar ração para o gado em Mossoró e em Catolé do Rocha, na Paraíba, onde moravam tio Zé, sua esposa Nancy e nossos primos. Nessas viagens, recordo-me que, pelo menos duas vezes, ele chegou com homens famintos e maltrapilhos, que pegou nas estradas. 

Um deles, cujo nome não lembro, disse ser de Guarabira, na Paraíba. Aquele homem triste trazia numa sacola pedaços de filmes, que projetava na parede. Engendrou um “equipamento” com uma lata de óleo, a “casca” de uma lâmpada incandescente, cheia de água, através da qual fazia refletir a luz com um caco de espelho e ampliava a imagem. Aquilo era tão simples, todavia, encantador para nós. 
O outro homem era seu Antônio, que, com roupas rasgadas, chegou certo dia ao lado de papai e dizia ser de São Paulo do Potengi (RN). Mamãe reprovou a atitude de papai, por temer que aqueles homens pudessem nos fazer algum mal. Papai abrigou seu Antônio num dos armazéns usados para guardar a ração dos animais. O retirante trabalhou duro e juntou algum dinheiro. Comprou tecidos, mandou fazer camisas e calças da mesma cor. Também adquiriu redes e lençois novos. Revigorado, embora fosse um homem de idade, despertou o interesse de mulheres moradoras daquele sítio. Em tempos e dias diferentes, tão misteriosamente como apareceram, aqueles dois agradeceram a papai e seguiram seus caminhos. 

Do fim dos anos 60 para o início de 70, Governador Dix-sept Rosado era uma cidade tranquila. Raras vezes, homens se desentendiam no calor de uma discussão, ou sob o efeito das bebidas alcoólicas, e eram detidos pela Polícia Militar. Em algumas ocasiões, papai era chamado a intervir em favor daquelas pessoas, dada a influência que exercia, a amizade e o respeito que cultivava junto às autoridades policiais. Era instado a assumir a responsabilidade de aconselhar tais pessoas a não reincidirem nas desavenças. 

Nas manhãs daqueles anos, os trabalhadores do campo e moradores dos sítios vizinhos chegavam cedinho para conversar com mamãe e papai, regados àquele café que ela sempre fez com bastante carinho. Vi, algumas vezes, meninos e meninas, de cabeça baixa, uma mão encobrindo o rosto, outra segurando na saia da mãe, como a se proteger de meu pai, o qual não o viam com simpatia, pois associavam a imagem dele à seringa e à picada da agulha. No cuidado com a saúde dos animais, ele aprendeu a aplicar injeções. Foi um passo, para estender à assistência às crianças, cujos papais as levavam para injetar remédios, após consultas médicas. 

Ao trabalharem nos campos ou na extração de lenha, em algumas ocasiões, cobras picavam operários que, se não fossem medicados a tempo, corriam o risco de perder a vida. Em virtude do trabalho na Fazenda, papai sempre dispunha de algumas ampolas de soro antiofídico e era chamado a prestar socorro. Ele percorria distâncias de 10 a 20 quilômetros, às vezes, de bicicleta, para aplicar injeção nessas pessoas, fosse dia, noite, chovesse ou houvesse sol. Até um tempo recente, pessoas me disseram da gratidão a papai. 

Embora fosse um homem cheio de falhas, as virtudes de seus atos, o jeito solidário e fraterno de viver e os caminhos percorridos o levariam para a vida pública, com a naturalidade que as águas correm para os leitos dos rios, como um desígnio de Deus. Sem ter o hábito de subir aos palanques, nem proferir discursos, seus atos falaram por ele e o elegeram cinco vezes para o legislativo dix-septiense, o qual chegou a presidir. 

Nessa caminhada, ele contou com o amor e a compreensão de mamãe, que esteve presente em todos os momentos. No curso de suas vidas, verdadeiramente eles não aprenderam a acumular bens materiais, mas, certamente, mesmo sem ainda conhecerem a Deus, cumpriu-se em suas vidas, a passagem de Atos, capítulo 20, versículo 35: “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber”.

Tudo isso me remete ao livro de Mateus, capítulo 25, versículos 35 e 36. 

 “... tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’.

domingo, 26 de novembro de 2017



Palavra do Senhor

O Senhor é meu pastor; nada me faltará.


 Escrito por Paulo Martins às 09h01



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A gente interage em www.paulomartinsreporter.blogspot.com.br


 Escrito por Paulo Martins às 23h34


Galinha caipira

Para quem gosta de saborear um prato regional, Mossoró dispõe de uma opção: o Restaurante O Caipira, localizado na Avenida Sérvulo Marcelino, no Bairro Planalto Treze de Maio. O restaurante oferece, como um de seus pratos, galinha caipira, pirão, feijão verde e arroz. Para saber mais, ligue (84) 9101-2010 e fale com Ângelo. 

A Sérvulo Marcelino é a Avenida onde fica localizada a Rádio Libertadora Mossoroense. 


 Escrito por Paulo Martins às 22h33
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Rádio Nordeste se prepara para operar na faixa de FM

A AM Rádio Nordeste Evangélica (900 KHz), de Natal, sai na frente com o objetivo de migrar para a faixa de FM, a partir de janeiro do próximo ano. Na última segunda-feira, em Natal, o presidente da Assembleia de Deus no Estado, pastor Martim Alves da Silva, anunciou a aquisição de um moderno transmissor, que permitirá à emissora operar na faixa de Frequência Modulada, de acordo com as exigências técnicas do Ministério das Comunicações.  
Leia mais AQUI. 

Leia mais sobre o assunto AQUI. 


 Escrito por Paulo Martins às 22h15
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Do site da FENAJ

CCJ da Câmara aprova PEC do Diploma

A Comissão de Constituição, de Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou, em sessão realizada na tarde desta terça-feira (12/11), a admissibilidade da PEC 206/2012, a PEC do Diploma. A matéria segue, agora, para encaminhamentos da Mesa Diretora da Casa.

Leia Mais AQUI.


 Escrito por Paulo Martins às 21h57



Eu Sou o caminho a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai a não ser por mim


 Escrito por Paulo Martins às 13h33


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 Escrito por Paulo Martins às 21h49
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Em meio a tantas adversidades, sob os efeitos de uma das maiores secas dos últimos tempos, um exemplo de perseverança e resistência vem da agricultura familiar. Das terras secas, brotam tomate e cebola de qualidade, prova de que Governador Dix-sept Rosado mantém viva a vocação para a produção agrícola, mesmo quando inexiste política pública para apoiar a atividade rural. 


 Escrito por Paulo Martins às 21h27
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Na falta de apoio do poder público, trabalhador anônimo dá lição de persistência




O pequeno produtor, anônimo, ignora os obstáculos, bate às portas em busca de financiamento. E, com a força do trabalho familiar, tira do solo tomate e cebola para o consumo próprio, mas também para melhorar a sua renda.
Mais do que isso, o homem do campo dá uma lição a quem se omite na execução de uma política de incentivo ao desenvolvimento sustentável. 


 Escrito por Paulo Martins às 21h19



Da Assessoria do deputado Anthony Garotinho
STF suspende nova distribuição dos royalties entre todos os estados

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, suspendeu, em caráter liminar, a nova partilha dos royalties do petróleo aprovada pelo Congresso Nacional. A decisão interrompe integralmente a validade da lei até o julgamento de mérito pelo Supremo, tanto para os campos já em fase de produção quanto para os que ainda não foram licitados. No dia 15 de março, uma multidão de 30 mil pessoas havia participado em Campos dos Goytacazes da marcha e do ato público em defesa dos royalties e da Constituição. Foi na mesma praça, no mesmo local onde em 1985 foi assinada em praça pública a lei dos royalties, de autoria do então senador Nelson Carneiro.



 Escrito por Paulo Martins às 23h43
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Vereador Luiz Carlos manifesta apoio ao projeto de criação de novo IFRN em Mossoró.

A cidade de Mossoró poderá ganhar em breve mais uma unidade educacional do IFRN, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte. A proposta parte da Deputada Federal Fátima Bezerra (PT) e conta com o apoio do vereador mossoroense Luiz Carlos (PT). “É um projeto muito importante para a cidade que tem demanda para comportar um novo IFRN, pois, em Natal o número foi ampliado para atender a população e isso foi um ganho importante, por isso acho que pelo peso que Mossoró tem e pelo crescimento que a cidade apresenta ao longo dos anos, um segundo IFRN será mais do que bem vindo”, diz Luiz Carlos.
A ideia defendida pela parlamentar petista é a de que a região norte de Mossoró precisa ser atendida pelo IFRN. “Nos últimos anos, o governo federal investiu muito na ampliação do número de Institutos Federais, prova disso são as unidades que foram instaladas no estado em Apodi, Ipanguassu, Pau dos Ferros, Caicó, entre outros, então, vimos a necessidade que Mossoró tem de ser contemplada com mais uma unidade para atender milhares de jovens que estão nos bairros da zona norte. Mossoró cresceu muito e a educação pode ser melhorada e atingir um contingente maior de pessoas aqui na cidade a partir do novo IFRN”, afirmou a Deputada Fátima Bezerra durante o 3º Congresso dos Trabalhadores em Administração Pública Municipal do Rio Grande do norte, na tarde da última sexta-feira (22), em Mossoró.
 Da Assessoria de Comunicação



 Escrito por Paulo Martins às 23h12
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Lairinho participa de audiência em Natal em prol de mais um IFRN para Mossoró

Na quinta-feira (21), o vereador Lairinho Rosado (PSB) se deslocou até Natal com o fim de participar de uma audiência em prol de mais um IFRN para Mossoró. O encontro aconteceu na manhã de sexta-feira (22). A audiência foi requerida pela deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e reuniu comissão de professores do IFRN de Mossoró favorável à iniciativa, entre outros. Membros da bancada estadual e federal potiguar também foram convidados.
A proposta de instalação de outro campus em Mossoró do IFRN foi debatida com o reitor da instituição, Belchior de Oliveira Rocha. A reunião apresentou ao reitor do IFRN pré-projeto do novo campus em Mossoró e debateu aspectos técnicos, procedimento de instalação e estratégias no Senado, Câmara dos Deputados e Governo Federal. A audiência é sequência de mobilização reforçada na Assembleia Legislativa, semana passada, em discurso e requerimentos da deputada Larissa Rosado, nos quais apresentou necessidade e justificativa do novo campus.
Da Assessoria de Comuncação


 Escrito por Paulo Martins às 23h03