domingo, 26 de novembro de 2017



Da coluna Cena Urbana, do jornalista Vicente Serejo, no Jornal de Hoje, desta terça-feira, 17 de julho.
PMDB
As portas do Catete

Uma vez, editor geral do Diário de Natal, cai numa dúvida se antecipava ou não, por ousadia, o rompimento do grupo Rosado, na época, liderado pelo deputado Vingt Rosado, com o governo Tarcísio Maia, bem naquelas escaramuças que acabariam na indicação do então secretário de Saúde, Lavoisier Maia, para governador e no veto a Dix-huit Rosado. A manchete só saiu dias depois, com uma frase de Vingt que explodiu como uma bomba na primeira página: “Governo do ódio, do ócio e do negócio”.
Para mostrar que era seguro não incluir o governo federal, a não declarado por Vingt, Luiz Maria Alves lembrou uma frase de Georgino Avelino, então interventor no Rio Grande do Norte, sobre a notícia de que um determinado político local, e cujo nome não recordo, romperia com Getúlio Vargas. Teria dito o velho e sábio Georgino para quem estava na sala ouvir: “Quem fechar as portas do Palácio do Catete não abre mais nunca”. E Vingt rompeu com Tarcísio Maia, mas jamais rompeu com o Planalto.
Conto o episódio para reconhecer, diante da recente análise publicada pela Folha de S. Paulo, assinada por Catia Seabra e Natuza Ney, da sucursal de Brasília, que mesmo sem fechar as portas do Palácio do Planalto, onde tem um primo ministro, o deputado federal Henrique Alves teve coragem de declarar, já há alguns meses, diante de uma irritação da presidente Dilma Rousseff com sua atuação política, que se o Planalto rompesse com o PMDB estaria rompendo com metade da República.
Não rompeu. E agora é a presidente Dilma Rousseff que pessoalmente articula o apoio claro e direto à eleição de Henrique Alves a presidente da Câmara Federal. Com mais de quarenta anos de vida naquela casa, Henrique deve ter tido razões para avaliar o efeito de suas palavras. Nem Dilma, presidente formada na escola da luta armada e com inegável destemor, duvida do quanto é essencial a maioria absoluta para quem governa na plenitude constitucional do estado democrático de direito.
Sem cometer ostentação, mas sem amesquinhar sua condição de líder do maior partido nas duas casas legislativas e que formam o Congresso Nacional, Henrique mostrou, e não há como negar, que o jogo de um grande partido transcende a certos obstáculos menores. Por sua própria magnitude com as bancadas é que o PMDB impõe sua importância decisiva, logo agora, quando a presidente vive o período mais difícil do seu governo no plano econômico sem poder prescindir da estabilidade política.
E, se isto já não bastasse, a decisão da presidente, em que pese o desejo natural dos petistas de manutenção da presidência da Câmara Federal, seria suficiente para o PT medir com serenidade o fato novo vai significar a partir de agora. O deputado Henrique Alves pode até não ser eleito presidente da Câmara, mas não parece fácil demovê-lo sem riscos políticos para o Palácio do Planalto. E sua eleição, convenhamos, é de importância política para ele, mas também para todo o Rio Grande do Norte.


 Escrito por Paulo Martins às 22h24
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A resistência da Carnaubeira na paisagem da caatinga


 Dias desses, caminhei na zona rural e reecontrei paisagens que marcaram a infância. Trilhas e veredas tantas vezes percorridas. Diante dos olhos, passam imagens que continuam presentes. Como a da magestosa carnaubeira.
 Segundo o Dicionário Houaiss, substantivo feminino. Rubrica: angiospermas.    palmeira solitária de até 15 m (Copernicia prunifera), nativa do Nordeste do Brasil, de folhas palmadas e bagas ovóides; carandá, carandaúba, carnaíba, carnaubeira, coqueiro-carandaí, pau-do-bebedouro [Seu produto mais importante é a cera, obtida das folhas; a madeira é us. na construção; o fruto tem polpa comestível, us. em doces e farinha; da amêndoa extrai-se óleo; as raízes têm propriedades depurativas e, reduzidas a cinzas, substituem o sal de cozinha.]  
O trabalhador ainda faz múltipla utilidade e produtos da carnaubeira. A esteira, feita de sua palha de suas copas, era o assento de homens de mulheres na debulha de milho e feijão, por exemplo, nos sítios em Governador Dix-sept Rosado. As mãos hábeis das mulheres transformavam a palha da carnaúba em bolsas, chapeus e adornos.
A madeira foi bastante empregada como linhas de sustentação nas cumeeiras das casas e nas construções de currais e portões. A produção da cera de carnaúba gerou riquezas para o sustento e a educação de muitas famílias.
 Apesar da devastação das matas, a carnaubeira ainda resiste na sofrida paisagem da caatinga. Se tivéssemos uma mínima noção da sua importância, faríamos o máximo para preservar a sua espécie.   



 Escrito por Paulo Martins às 14h16

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